sábado, 18 de junho de 2011

Minha nova visão

Com o curso de História da Eduação I, aprendi muita coisa, como nos outros cursos desse primeiro semestre de Pedagogia na Unicamp.

Em especial a essa matéria, aprendi mais com o autor Ponce. Infelizmente ele não coloca esperanças para a educação em nossa sociedade, pois nos esclarece que a classe média, a 'pequena burguesia', compartinhando a ideia de Marx, 'atrapalha tudo'. E eu, como integrante da classe média, me senti 'provocada'. A única esperança da educação, seria o fim da propriedade privada, o fim do capitalismo, e implantação do cominismo. E nós, classe média, somos quem atrapalhamos esse conflito e essa implantação, pois, segundo Ponce, ao mesmo tempo que queremos nos tornar capitalistas, tememos cair para o proletariado.

Aprendi isso também na disciplina de sociologia, com Marx. Um vídeo resume bem essa visão: Sou classe média

Como essa relação entre Pedagogia e Sociologia, também posso relacionar o que aprendi esse semestre em História da Educação com o que aprendi em Filosofia da Educação: achamos que a educação HOJE EM DIA está prejudicada, e temos esperança de um novo tipo de educação. Porém, olhando as obras e a história do mundo antigo, podemos perceber o quanto essa esperança vem de MUITO TEMPO ATRÁS, e quantas semelhanças o mundo antigo, o mundo medieval, o moderno e o contemporâneo tem a ver com o nosso mundo.

Não há como observar o nosso mundo sem olhar pra trás, sem estudar outros tempos. Mesmo porque, tudo o que vemos hoje na sociedade, é reflexo do que já aconteceu na história.

Ponce conseguiu me convercer que a única esperança da educação é o comunismo.
Mas esse é só um autor, de uma disciplina de história da educação... E o primeiro de muitos autores.

E essa é minha conclusão!

Intenções dos autores

Os autores estudados no nosso curso, Ponce e Suchodolski, mostram intenções TOTALMENTE DIFERENTES com suas obras, apesar de tratarem da história da Educação, e tratarem de semelhantes autores e semelhantes contextos variadas vezes.


Aníbal Ponce

A visível intenção de Ponce é mostrar que a EDUCAÇÃO É UM REFLEXO DA SOCIEDADE. Com a noção de PROPRIEDADE contida nas sociedades com DIVISÃO DE CLASSES, o Estado é dominado por uma única classe (ideia de Marx).
A EDUCAÇÃO, nesse contexto, é um INSTRUMENTO nas mãos da classe dominante. Enquanto houver divisão de classes, portanto, a educação será diferenciada, e a melhor educação, para domínio, será ministrada apenas para essa classe dominante.

A ÚNICA FORMA da educação ser igualitária, é a SOCIEDADE TAMBÉM SER. Portanto, apenas  com o COMUNISMO (novamente, como na época primitiva) poderá fazer com que a educação seja justa e igualitária.

Suchodolski

Suchodolski, apesar de colocar a nova educação como preparação para  o neonazismo, não tem essa intenção.

Alinhando filosofia e história, mostra as correntes filosóficas que tiveram envolvidas na história, sempre colocando em paralelo a Pedagogia da Essência e a da Existência.
No final de sua obra, coloca que a união entre elas seria o ideal para uma boa educação.












A Educação moderna e o capitalismo monopolista

A NOVA EDUCAÇÃO

 A Nova Educação caracteriza-se pelo reconhecimento por parte da burguesia, de que apesar de seus ideais humanitários, não deu a todos uma educação igualitária. Alguns ainda “se atrevem” a negar essa situação, alegando que os proletários os quais “não sobem na vida” são incapazes. Aí se mostra o que o ensino, nessa educação, visa: a formação de burgueses. Com a intençãode dar o mesmo ensino a todos, a escola como que “dá oportunidades” para que o proletário se torne burguês (Ponce, pg. 158). A nova educação se divide em duas correntes: doutrinária- uma moderna pedagogia da essência, que procura formar o homem como humano -  e metodológica – uma moderna pedagogia da existência, que visa a formação da criança por um ensino técnico.
Outra educação moderna é a do proletariado, que defende a idéia de que a educação até hoje, através da história, foi instrumento de controle das classes dominantes, portanto nada mais justo que uma escola voltada aos interesses do proletariado (Ponce, pg.175).
 Podem ser incluídos na corrente metodológica Pestalozzi e Comênio. O primeiro com a educação de crianças no trabalho, em sua própria casa e o segundo com sua “Didática magna” e métodos para agilizar o ensino (época da manufatura). Mais tarde, com estudos mais elaborados, formaram “nova didática” Decroly, Montessori, Dewey, Cleparède, Cousinet (época do capitalismo imperialista - Ponce, pg. 162).
A burguesia encontrou um novo aliado para o controle do proletariado, já que se encontrava enfraquecida: a Igreja. Como seus ideais não foram cumpridos, o de igualdade principalmente, a Igreja e seus dogmas era o que poderia controlar a classe trabalhadora e torná-los ‘mansos’. Assim, ressurgia a Pedagogia da Essência. Dois autores foram J. Maritain e Mountier.
A educação doutrinária, essa nova pedagogia da essência, ajudava a preparar terreno para o nacionalismo, facismo, nazismo, pois aceiando-se a ordem vigente, era mais fácil controlar a população (positivismo). Gentile foi um autor dessa corrente.
O contexto histórico percebido, portanto, é o fortalecimento da classe operária, por sua união nas fábricas, e sua preparação, como nas escolas da Rússia, para uma sociedade sem classes (comunismo). Ao mesmo tempo, a corrente Doutrinária (nova pedagogia da essência) prepara-se para ‘combater’ essa luta, com uma educação de um homem ‘manso’ que aceite a ordem então vigente. Assim, pela implantação do positivismo, nacionalismo se preparava o terreno para o facismo, nazismo.
Para Ponce, as perspectivas que se abrem para a sociedade são a da busca por uma sociedade sem classes, pois ele acredita que, diferentemente do que pensa a classe média, os pequenos burgueses, a educação só mudará quando a sociedade mudar. Pois desde que a sociedade se dividiu em classes, há controle de uma classe sobre o Estado, conseqüentemente sobre a educação.
Para Suchodolski, para ‘juntar’ as duas pedagogias, só visando a educação no futuro, acreditando que o presente é importante (Existência), mas para que possamos olhar para ele e possamos melhorá-lo, criando uma sociedade que nunca foi possível, através da história (sociedade ideal – Essência).

A educação moderna e o capitalismo concorrencial

Período das Revoluções Industrial e Francesa ao século XIX.

Nesse contexto, já se percebe que a burguesia não cumpre com seus IDEAIS DA REVOLUÇÃO que derrubou o feudalismo. Defendendo seus "ideais universais", sua intenção era apenas chegar ao poder e controlar a sociedade.

Assim, a classe baixa apenas "mudou de senhor": de SENHOR FEUDAL para PROPRIETÁRIO BURGUÊS. A noção de PROPRIEDADE, portanto, continua presente e é o que mantém a DIVISÃO DE CLASSES.O membros da classe inferior passaram de SERVOS para PROLETÁRIOS.

A educação, como instrumento do Estado, continua sendo, portanto, diferenciada.

[Marx: a sociedade sempre está em função de uma única classe dominante.
Nesse caso, a classe é a burguesia.]

Muito notável nas correntes pedagógicas é a HIPOCRISIA dessa burguesia, que tentava disfarçar sua intenção de controlar a sociedade.

A Pedagogia em destaque era a Pedagogia da Existência.
A educação estava "voltada ao homem", mas de duas maneiras diferentes: a educação para a burguesia, para formar CAPITALISTAS  e a educação para o proletariado, cada vaz mais técnica, inclusive exigindo MATERIAL DIDÁTICO, para que fosse dado a educação nessessária para o trabalho, no MENOR TEMPO POSSÍVEL!
Alguns autores:

BASEDOW:
Educação (para burgueses) deveria formar "cidadão do mundo".
Educação do proletariado: metade do tempo da educação da classe alta. No restante do tempo deveriam praticar trabalhos manuais.

FILANGIERI:
Mesma ideia de Basedow sobre o tempo da educação. Criançar deveriam ser educadas segundo o seu destino.
Escola deve ser universal, mas com diferenciação na educação (????).

MIRABEAU: contra ensino gratuito, que igualaria a burguesia às classes inferiores.

CONDORCET:
-Filósofo da Revolução Francesa

-Mostrar o progresso da razão e das ciências
-Direito do Estado de controlar a educação e de instruir (pelas ciências naturais - e não de educar, religiosa ou filosoficamente)
-Ensino de técnicas e diferentes opiniões
-Ensino primário controlado pelo Estado, ensino superior independente
-Escola primária gratuita (obs.: as crianças pobres trabalhavam na época. Como freqüentariam as escolas?) - Mesmo assim, quem estudava nelas era de classe superior.

PESTALOZZI:

 Acolhia crianças pobres para educá-las no trabalho.
 
 Guiava-as para que encontrassem meios de subsistência ao deixarem a infância.
Não acreditava na mudança de ordem social.
Educação diferenciada para crianças do internato no qual lecionava.
Desenvolver crianças de acordo com seus dons, possibilidades e esperiência de mundo 


Pestalozzi
 OBS.: quanto a imagem de Pestalozzi, como quanto a imagem da educação, pode-se diferenciar a visão dos autores Ponce e Suchodolski. Ponce o coloca visivelmente como HIPÓCRITA, como um FILANTROPO burguês. Suchodolski, colocando-o  apenas como representante da Pedagogia da Existência, mantém a imagem que se têm dessa figura histórica: uma imagem positiva, de alguém solidário.

 




HERBART:
Educação esperimental (científica) relacionada ao divino: resultados como providência divina (catolicismo).
Defendia educação religiosa na primeira infância, e por ela, a educação moral.
(Pode ser um esemplo de Existencialização da Pedagogia da Essência, categoria citada por Suchodolski no capítulo XIII).
 SPENCER:
Teoria da evolução nas sociedades.
Educação deve acompanhar desenvolvimento, revelando necessidades do presente.
Contra conservadorismo: ensino inútilEducação: instrumento de luta pela vida.
Assistencia social e instrução obrigatória: prejudiciais.
Não se “aproximava” da criança, mas da vida social*
 

*Por essa característica de Spencer, é possivel perceber a separação da Pedagogia da Existência em duas:
Existência individual: outros pedagogos, que seguiam que a a criança INDIVIDUAL era o foco da educação
E Existência coletiva: Spence, que defendia a educação de crianças em nome da vida SOCIAL que terão.

DEWEY:
 Relação do desenvolvimento da criança com educação posterior
Educação deve organizar a experiência das crianças
Desenvolvimento dessas experiências deve formar a moral
Filosofia evolucionista: toda realidade em processo de evolução
Sem ideais: mudança como realidade única
Programa de ensino: curso das experiências intelectuais da criança (não mais escolha das matérias).
Verdadeira formação do espírito: reflexões, ideias e dúvidas surgidas nas observações práticas.

BERGSON:
 Noção diferenciada da evolução, mais contrastante com a Pedagogia da Essência
Evolução não é uma “caminhada em direção a um objetivo”
Sentido da educação (desenvolvimento e atividade da criança) deriva dela mesma, não tem objetivo
“Impulso vital”
Ato educativo não se repete.
A Educação, portanto, como a pedagogia da Existência, desenvolveram-se segundo os interesses do capitalismo.

NO CAPITALISMO, para Ponce,  A IGUALDADE DA EDUCAÇÃO NÃO É POSSÍVEL, se ainda existe a noção de propriedade e com a EDUCAÇÃO, desde a divisão de classes, sendo um INSTRUMENTO DO ESTADO!




quinta-feira, 16 de junho de 2011

A educação moderna na transição do feudalismo ao capitalismo - representantes

Contexto: RENASCIMENTO (vide postagem anterior) à Revolução Francesa.
As duas correntes humanistas eram a da reforma e o paganismo.
 
A Reforma religiosa aparece mais forte que Paganismo.

Com a TRANSIÇÃO DO MODO DE PRODUÇÃO, a EDUCAÇÃO atendia, nesse período, de variadas formas, os interesses da nobreza, da Igreja feudal, da burguesia protestante e da burguesia não religiosa.

Alguns autores, suas conceções e correntes podem ser destacados:
 


Lutero: 
Ler para poder interpretar a Bíblia;
Instrução = Prosperidade econômica;
“Educar burguesia abandonada, não abandonar as classes desfavorecidas.”Educação da massa popular semelhanteanterior: pregações (agora na língua popular): Catecismo de Lutero.








Jesuítas 
-Companhia de Jesus 
-Contra a reforma Protestante
Regulamento de estudos – Ratio Estudiorum, 1599;
Melhor educação possível aos nobres, para exaltar a Igreja;
Interpretação de obras clássicas e modificação/seleção das ciências segundo interesse da Igreja;
Ação jesuítica: escola. Formar jovens obedientes à Igreja;
Educação popular: caridade. Visa a “salvação da alma” do indivíduo;
Tomás de Kempis: buscar a salvação e não o saber;
Corrente da Pedagogia da Essência.



         Charles Demia
Padre iniciador do ensino primário gratuito
Pela Igreja, defende uma educação como na Carta de Lutero, 1524. 
Defende, em Exortações, 1666, que a escola de Lião, cidade industrial, deveria ter ensino religioso além do prático;
Defensor do ensinamento de trabalhos manuais;
Intervenção na vida religiosa da família do educando;
Propósito das escolar fundamentais: amansar trabalhadores, com Igreja controlando suas  aspirações.
         Comenius
Pastor Protestante.
Ideia moderna da Pedagogia da essência.
Didática Magna, 1657. Um capítulo,“Bases para rapidez no Ensino”, dedicado a economia de tempo - tão necessária na Revolução Industrial - na educação;
Ensinar sobre natureza por experiências, apresentar “coisas, em vez de suas sombras” (palavras);
Aproxima ensino da criança, mas defende que tenha uma finalidade;
Educação parte do homem corrompido (empírico, real) ao homem em sua essência (sua natureza);
Análise Psicológica do homem com noções tradicionais e religiosas.


Hobbes: Necessário educar o homem. Adaptar a organização social à natureza humana.


Rousseau:
Educação com base no homem empírico. Se o homem for bom por natureza, a educação não deve ir contra ele
Volta à natureza quando há crise no regime (no caso, do feudalismo): Evangelho da natureza
Liberdade de direitos (individualismo burguês), com Montaigne
Liberdade e espontaneidade no desenvolvimento das crianças  (o que é bom vem da Natureza)
Emílio: educação para formação do HOMEM, independente da função. “Na ordem da natureza todos os homens são iguais”.
Primeira tentativa de oposição à Pedagogia da Essência.


Froebel: Desenvolvimento espontâneo da criança: “tornando exterior o que era interior e interior o que era exterior”, ou
“Se transforma naquilo que vive e vive aquilo no que se transformou”
Filosofia dialética de Hegel
Na primeira infância: fundamental o  jogo que permite expressão, conhecimento do meio, criação e alegria 
Pedagogia do jogo

Locke:Educação para nobres, para se adaptarem ao novo modo de produção e tornarem-se burgueses.

Renascimento e Educação

O Homem Vitruviano, de Leonardo DaVinci: símbolo do humanismo
"Como uma reação ao feudalismo teocrático, o burguês do renascimento volveu os olhos para a Antiguidade" (Ponce, capitulo IV, pp.110).
No Renascimento surgiu o HUMANISMO (filosofia que rompe com a teologia - teocentrismo - para colocar o antropocentrismo - "homem no centro"). 

Assim, como na filosofia, a EDUCAÇÃO sofria alterações, seguindo suas novas correntes.
Nessa época, começava o conflito entre Pedagogia da Essência e Pedagogia da Existência.
"Na época do renascimento, a Pedagogia da Essência desenvolveu-se ainda mais" (Suchodolski, Capítulo III).

Em autor representante dessa corrente foi ERASMO DE ROTERDÃ, que acreditava que a educação deveria desenvolver o que era da natureza humana.
A grande questão filosófica da época era: deve o homem se submeter à tradições e autoridades, como a Igreja, ou deve 'buscar em si próprio o sentido da sua fé e as normas de sua vida?' (Suchodolski, pp24). Percebe-se que o homem pode não ter uma Essência, mas estar em constante TRANSFORMAÇÃO.

"Um começo de renovação pedagógica foi notado na preocupação com 'os direitos e necessidades da criança'" (Suchodolski, pp.26), com DaFELTRE, que influenciou a Pedagogia humanitária.

MONTAIGNE mostrava ideias da Pedagogia da Existência em suas obras, onde criticava a escolástica e mostrava a relação da educação com a VIDA REAL do homem.

Ou seja, quanto a filosofia da EDUCAÇÃO, surgia o conflito entre Pedagogia da Essência e da Existência, JUNTAMENTE com o conflito da Igreja com a filosofia renascentista, JUNTAMENTE com o conflito da burguesia ascendente e os então controladores do Estado (Igreja + nobres).

Porém, mesmo com o fortalecimento da Pedagogia da Existência, a da Essência também se fortalecia. Assim como, no contexto histórico, a REFORMA  e o PAGANISMO se fortaleciam  e contra eles,  a CONTRA-REFORMA (Inquisição).





quarta-feira, 15 de junho de 2011

A educação no modo de produção feudal

Pintura mais 'comum' do feudalismo
"Entre as ruínas do mundo antigo, eles [colonos] foram o primeiro indício do novo regime econômico que começava a se estabelecer." (Ponce, capítulo IV).



Muitos atribuem essa mudança relacionando com o poder da Igreja Católica. Porém, para Ponce e segundo Marx, uma superestrutura (religião, por exemplo) não tem o poder de modificar uma infraestrutura (o modo de produção). Porém não se pode negar o poder da Igreja nesse período, já que o clero era a classe social dominante.
O modo de produção feudal era agrícola. Servos e vilões cuidavam das terras dos senhores feudais.






Cavaleiro e construção medieval (castelo)


 Os senhores feudais, nobres (bellatores), tinham a função de cavaleiros: saquear as riquezas de seus vizinhos nobres, e protegerem as SUAS riquezas. Daí a imagem de fortalezas que tinham as contruções medievais.

Na Idade Média, o simbolo de poder era a QUANTIDADE DE TERRAS que se possuía. Os servos (laboratores) trocavam seu trabalho (já que não tinham terras) por PROTEÇÃO e por parte de sua própria PRODUÇÃO.








A hierarquia do clero (oradores), nessa época, era a hierarquia social, já que a Igreja Católica tinha absoluto poder, no início do feudalismo.

A Sociedade do feudalismo era ESTAMENTAL.


EDUCAÇÃO:
Tendo a Igreja controle sobre a educação, como sobre a sociedade, as escolas estavam também sob seu comando.

Haviam as ESCOLAS MONÁSTICAS, drentro da Igreja, para quem desejava se tornar membro do clero (Escolas para oblatas) e para a instrução da plebe. Como escola para a plebe, tinha a finalidade de "familiar as massas campesinas com as doutrinas cristãs e, as mesmo tempo, mantê-las dóceis e conformadas" (Ponce, capítulo IV, pp. 91).
No início, os mais "ricos" que desejavam que seus filhos tivessem uma educação intelectual, os colocavam nas escolas monásticas para se formarem padres.

Até nos monastérios havia divisão de classes (hierarquia) tendo dentro deles os hommes de peine, trabalhadores braçais de dentro do clero (geralmente analfabetos - BAIXO CLERO). Os integrantes mais ricos do clero, pertenciam ao ALTO CLERO.



Através do tempo, as escolas foram se adaptando aos interesses dos NOBRES. Foram criadas escolas monásticas externas ao convento, para jovens que pretendiam ter uma formação intelectual, mas não se tornar membro do clero. Nessas escolas do clero secular, aprendia-se, por exemplo, teologia.

Santo Agostinho
Foram nas escolas monásticas, nas ESCOLÁSTICAS, que a PEDAGOGIA DA ESSÊNCIA ganhou força.  Semelhante a filosofia de Platão, também pregava que existiam dois mundos: o efêmero (temporal, onde viemos) e o espiritual. A diferença é que no cristianismo, o objetivo é "desligar' o homem da realidade material e ligá-lo a espiritual. Um representante desse neoplatonismo é SANTO AGOSTINHO.
 










São Tomás de Aquino


 Outro filósofo da pedagogia da Essência foi SÃO TOMÁS DE AQUINO, que seguiu a linha de pensamento de Aristóteles, de que o homem tem um potencial, e deve ser moldado em direção à sua essência. Percebe-se aí que esses filósofos têm uma "ponta" de pedagogia da Existência, pois considera o homem material, de certa forma.













Surgiram as ESCOLAS CATEDRÁTICAS, também sob domínio da Igreja, para acompanhar a necessidade dos comerciantes em ascendência, que necessitavam de um ensino mais técnico (matemática, geografia) que filosófico (ensinos ministrados do trivium, quadrivium, retórica).
Nessa época surgiram as Universidades (Universitas) e as  Corporações de Ofício (Clique para assistir ao vídeo).


Dentro das universidades, era possível "cultivar o saber". "No início, as Universidades nãs passavam de reuniões de homens que se propuseram ao cultivo das ciências" (Ponce, Capítulo IV, pp. 100). Dentro dessas corporações de COMERCIANTES, nasceu uma hierarquia tanto nos ofícios de trabalhos práticos: APRENDIZ -> OFICIAL -> MESTRE
quanto nos ensinamentos das artes liberais: LICENCIADO -> BACHAREL -> DOUTOR.



A Igreja, no contexto geral, já estava perdendo seu poder, já que o MODO DE PRODUÇÃO começava a se alterar de agrícola (com poder = maior quantidade de terras) para COMERCIAL. Os artesãos, com as corporações, aumentavam as vendas de seus produtos.
Surgiram escolas primárias para a pequena burguesia. Também o ensino da língua nacional, e não do latim. Até nas escolas primárias, portanto, se percebia a TRANSIÇÃO do poder, no exemplo da educação, da IGREJA para os COMERCIANTES. Substituindo os FEUDOS, nasciam os BURGOS (cidades que eram centro de comércio).



"A catedral gótica, a escolástica e a universidade não corrrespondem (...) ao período que a Igreja alcança o seu máximo esplendor, mas sim ao período da sua história em que ela começa a pactuar com as potências rivais" (Ponce, capítulo IV, pp. 107).

Pelo mesmo motivo, os nobres procuravam uma educação técnica: unir-se aos comerciantes ascendentes e não perder o comando da sociedade.